ADEUS À SUPER CHICO.

ByRedação REDETV

fev 7, 2023

“Tenho certo para mim que todos temos uma missão nessa vida. A do Chico foi a de plantar sementes de amor no coração das pessoas” – escreveu a advogada Daniela Guedes Bombini, mãe de SUPER CHICO.

Francisco Bombini, de 6 anos, ficou conhecido no Brasil inteiro através das redes sociais como “o menino mais forte do mundo”, o Super Chico. Meigo, carismático e encantador, o menino era pessoa com Síndrome de Down e de uma capacidade incrível de superar seus desafios, especialmente os referente a sua frágil saúde.

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SUPER HERÓI DA VIDA REAL

Já antes de nascer, sabia-se que Super Chico viria a apresentar diversas comorbidades, as quais os acompanharam por toda sua breve passagem por esse mundo. Durante a gestação, ainda na barriga da mãe, ele foi submetido a uma intervenção cirúrgica e, ao nascer, por mais seis. A necessidade das imediatas intervenções foram de decorrência de problemas renais, cardíacos e hipotireoidismo.

Vindo ao mundo por meio de parto prematuro, como única forma de sobreviver, Chico não pôde ir pra casa logo de imediato. Durante os meses que “morou” no hospital, sua mãe, então, resolveu compartilhar o dia a dia do filho caçula nas redes sociais e, para simbolizar sua superação a cada etapa vencida, o vestia o com fantasias de super-heróis, em especial do superman. Foi aí que surgiu o garoto ganhou então o apelido de “Super Chico”. Através dos seus perfis pessoais nas redes sociais, Daniela publicava fotos, vídeos e stories de Chico e presumia suas interações por respostas que ela mesma interpretava em terceira pessoa em nome do filho, o qual não ainda não sabia falar, pois apesar da pouca idade (6 anos), tinha o desenvolvimento de um bebê de 10 meses.

Enfrentado e sobrevendo, à Covid-19 por duas vezes quando ainda tinha três anos, Super Chico viralizou na internet com suas aparições diárias, sua garra e resistência, se tornando inspiração para muitos. Ao completar 5 anos e figurar nos quadros eletivos para receber as doses da vacina contra covid-19, houve comemoração e alívio de todos os seus familiares e fãs. Por feliz coincidência, recebeu a segunda dose completando seu esquema vacinal no dia 21 de março de 2021, data em que é celebrado o Dia Internacional das Pessoas com Síndrome de Down.

COMOÇÃO, TRISTEZA, DOR E ADEUS

“Cheguei a me perguntar o porquê, mas não tem resposta. Eu acho que foi a hora que ele tinha que ir. Eu fiquei com incógnitas na cabeça. Não cai a ficha na hora. É uma dor dilacerante, e você se sente impotente de não poder fazer nada”, lastima Daniela. A postagem pela qual informou o falecimento do filho já passa de 30 mil interações nos comentários. Muitas personalidades e fãs deixaram suas homenagens póstumas, sentimentos de pesar e consternações pelo ocorrido.

Nas redes sociais, o adeus ao Super Chico causou comoção — Foto: Instagram /Reprodução

A OAB publicou uma nota de pesar e lamentou o ocorrido. Daniela, mãe do garoto, é presidente da Comissão de Direitos Humanos da OAB em Bauru. “Com muita tristeza e pesar, informamos o falecimento de Francisco Guedes Bombini”, diz a nota.

O menino Francisco Guedes Bombini foi a óbito na madrugada desta segunda-feira, 6. Segundo seus familiares, em decorrência de parada cardíaca.

“Ele estava bem, só passou a noite anterior um pouco agitado. Por volta das 17h, ontem, ele dormiu. A enfermeira de plantão o acordou para colocar a dieta da meia-noite, aí ele estava meio dengoso. Por volta das 2h30, existe um protocolo de verificar os sinais vitais a cada intervalo de tempo, então a enfermeira foi ver. Só que ela bateu na porta do meu quarto e disse: ‘Dani, não estou conseguindo sentir os sinais do Chico’”, relatou a mãe.

Deste derradeiro momento em diante, a família enfrentou os piores momentos de medo e angústia. Assim que chegou ao quarto, Daniela diz ter encontrado Chico já desacordado e, imediatamente iniciou procedimentos de primeiros socorros com massagem cardíaca, para tentar reanimá-lo. Durante o percusro para o hospital, também tentou a reanimação por meio de respiração boca a boca. Já no hospital, os médicos fizeram uso de adrenalina para reanimá-lo e o entubaram. Porém, passados 20 minutos, veio a notícia de que Chico não havia resistido. Provavelmente faleceu de parada cardíaca enquanto dormia.

Super Chico foi velado no Salão Nobre 1 do Centro Velatório Terra Branca, às 9h, e sepultado no Cemitério Jardim do Ypê, às 16h30.

Foi-se Francisco, mas seu legado é um exímio exemplo de resistência e superação para todos nós. Super Chico será para sempre O MENINO MAIS FORTE DO MUNDO, o nosso Super Herói da vida real.

Por Nédson Corrêa