Faleceu nesta quinta-feira(29), aos 71 anos, o escritor Alfredo Pereira de Moraes.
Alfred Moraes, nascido na Colônia Velha, zona rural de Abaetetuba, foi um dos grandes nomes da cultura paraense, que dedicou sua vida à poesia, música, literatura e produção cultural. Formado em Administração pelo Centro de Estudos Superiores do Pará em 1983, Alfred buscou capacitação em diversas áreas, incluindo Gestão de Equipes, Processos, Análise Financeira, e Economia Aplicada à Administração.
Sua paixão pela cultura começou cedo, com a criação de seu primeiro livro de cordel aos 13 anos, narrando a trajetória da seleção de futebol de Abaetetuba, campeã intermunicipal de 1967. As primeiras poesias de Alfred foram publicadas na coluna “Janelas da Poesia” do jornal O Liberal na década de 1980, abrindo portas para uma carreira literária e musical que se estenderia por décadas.
As obras de Alfred foram amplamente reconhecidas em eventos culturais pelo Brasil e em Portugal, com diversas premiações, como o primeiro lugar no Festival em homenagem aos cem anos de Ataulfo Alves em Minas Gerais, em 2009, e o prêmio de Melhor Pesquisa na Bienal Internacional de Música de Belém em 2004. Alfred também foi um dedicado educador, ministrando oficinas de literatura e arte em escolas e universidades do Pará, compartilhando seu conhecimento na composição de poesias, letras musicais, cordéis, e micro contos.
Sua obra inclui romances, antologias de cordel e poesia, como “O Filho do Brazônida” (2011), “O Mundo em Cordel” (2015), “Plectro das Águas” (2019), “Plectro da Chuva” (2019) e “Coração de Poeta” (2024). Alfred foi autor de mais de 60 composições gravadas por renomados intérpretes, e criou inúmeros projetos culturais aprovados por leis de incentivo estadual e municipal, além de editais da FUNARTE e do Ministério da Cultura.
Como cofundador e Diretor Cultural do Movimento Cultural Abaetetubense “Sandália de Ambuá”, Alfred foi uma força motriz para a cultura local. Ele também atuou como Secretário Geral do Instituto Cultural Extremo Norte, Secretário Executivo da AQUANTO, e membro da diretoria do Conselho Comunitário de Segurança do Bairro de São Braz, em Belém, onde residia.
Em 2024, Alfred Moraes foi duplamente imortalizado, recebendo o título de membro das academias Interiorana e Belenense de Letras, um reconhecimento de sua contribuição inestimável para a cultura paraense e brasileira. Seu legado, que ecoa através de suas palavras, músicas, e ações, continuará a inspirar e a enriquecer a cultura regional e nacional.
Texto de Jose Wilton Nascimento.