São 152 eventos realizados no país. A maioria esmagadora são partidas de futebol.

Um levantamento realizado por uma empresa de tecnologia esportiva detectou que, no ano passado, o Brasil foi o país que teve o mais alto número de jogos suspeitos de manipulação de resultados.

Este relatório foi divulgado pela Sportradar, que é parceira de várias entidades esportivas, inclusive da CBF e a Fifa, e indicou um crescimento de 34% no número de partidas suspeitas de manipulação no ano passado em relação a 2021.

O Brasil é o líder do ranking das mais de mil atividades suspeitas ligadas a apostas esportivas no mundo todo: foram 152 os eventos no país que entraram nesta lista. A grande maioria, são partidas de futebol.

No total, 92 países aparecem na relação, de eventos suspeitos, em 12 modalidades diferentes. Sobretudo o futebol, seguido por basquete e tênis. A Sportradar utiliza uma tecnologia de inteligência artificial que faz um monitoramento das apostas esportivas e identifica atividades de apostadores fora do comum, que depois são investigadas por especialistas.

O levantamento aponta ainda que o maior número de suspeitas se concentram em competições masculinas, com 98% dos casos. E no futebol, jogos de divisões inferiores, ligas regionais ou categorias de base. Embora, primeiras divisões esportivas também tenham jogos investigados.

 

Depois de uma denúncia, que inicialmente partiu do Ministério Público de Goiás, 14 pessoas, entre elas oito jogadores de futebol, se tornaram réus. Estas pessoas são suspeitas de participar de um esquema de manipulação em partidas da última rodada da Série B do Campeonato Brasileiro do ano passado. Um grupo ofereceria dinheiro para que os atletas cometessem pênaltis, levassem cartões, entre outras ações.

As investigações também apontaram indícios de atuação dos criminosos em partidas dos campeonatos gaúcho e mineiro deste já deste ano. Até por que, o mercado se movimenta e jogadores envolvidos no esquema, transferiram-se para outros estados.

No último mês, a CBF notificou também a Federação de Futebol do Acre e o Tribunal de Justiça Desportiva do estado sobre acontecimentos suspeitos em jogos de quatro clubes acreanos.

A Confederação Brasileira de Futebol disse que trabalha ininterruptamente no combate à manipulação de resultados e que é uma das vítimas desses criminosos. A instituição prometeu detalhar em breve um projeto que está sendo pensado com a participação da Interpol e do FBI, organizações internacionais de investigação e enviou os casos para a Justiça Desportiva.

Um dos investigados pelo Ministério Público do Estado de Goiás, na Operação Penalidade Máxima, o zagueiro Eduardo Bauermann deve ter o seu futuro no Santos, clube que defende atualmente na série A do Brasileirão, definido nesta terça-feira (9). Isso porque a diretoria do clube alvinegro praiano tem reunião marcada com a defesa do jogador para esclarecer a suposta participação do atleta com uma dessas quadrilhas que manipulava ações em jogos do futebol brasileiro para obter vantagens nos sistemas de apostas esportivas.

De acordo com “prints”, de conversas em um aplicativo de mensagens, divulgados pela revista “Veja”, Eduardo Bauermann teria recebido R$ 50 mil de um membro do grupo criminoso para ser advertido com um cartão amarelo na partida em que o Santos empatou em 1 a 1 com o Avaí, em novembro do ano passado, pelo Brasileirão.

Existe a possibilidade de o defensor ser afastado preventivamente do elenco santista enquanto o MP-GO apura o possível envolvimento dele neste e em outros casos. O afastamento pode ser ratificado caso o órgão investigativo decida por abrir um processo criminal em desfavor do jogador. Segundo as leis brasileiras, a medida, não pode acontecer por um período indefinido. Esta precisa ter um prazo para acontecer. Esse tempo, porém, pode ser aumentado ou diminuído de acordo com o curso do processo legal.

A possibilidade de rescisão do contrato de Eduardo Bauermann, com o Santos, por justa causa já é mais complexa e só deverá acontecer em caso de condenação. Desta forma, em um primeiro momento, o jogador pode ser afastado até o final das investigações do Ministério Público. Caso a entidade decida por abrir um processo contra o zagueiro, o Peixe tem o direito de ampliar o tempo do afastamento do jogador. Desta forma, caso a justiça venha a comprovar a participação do atleta no esquema, além da condenação, o profissional poderá ter o seu contrato rompido sem ter o direito de receber indenização alguma.

Bauermann foi procurado pela diretoria do Santos após a divulgação das matérias, mas negou o envolvimento. No início da segunda fase da operação Penalidade Máxima, em abril, ele havia buscado a direção santista para informar que era um dos jogadores investigados. O zagueiro, declarou que houve uma tentativa de aliciamento por parte da quadrilha de manipuladores, mas que ele não aceitou a proposta. Entretanto, o atleta não denunciou o assédio na época em que a situação ocorreu, e isso complica ainda mais sua situação.

 

Por Acrizio Galdez – Cronista Esportivo da RedeTV.

 

 

 

 

 

 

 

 

 

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